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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Mercado da beleza aposta na vaidade masculina para driblar a crise

Setor ainda é um dos menos afetados do país e atrai investidores

Um dos setores mais resistentes da economia brasileira, o mercado da beleza, registrou, no final de 2015, o primeiro indicador negativo em 23 anos, com queda de 6,7% nas vendas entre janeiro e setembro de 2015, em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). O setor foi afetado não apenas pela alta do dólar e a queda no poder de compra do consumidor, mas também pela crise hídrica, reajustes de energia elétrica e a mudança na tributação dos insumos cosméticos.
O impacto negativo não foi maior por conta da musculatura do setor, apoiado em um mercado relevante e de alta qualidade em pesquisa e inovação para oferta de novos produtos. O Brasil é hoje o terceiro mercado mundial em beleza, atrás da China e dos Estados Unidos. Segundo a Abihpec, o brasileiro destina 2% do seu orçamento à compra de produtos de higiene e beleza. Isso faz com que o setor ainda seja um dos mais indicados para investimentos em 2016.
Foi essa perspectiva que fez com que o empresário Lucas Dzierwa de Lima apostasse no mercado e adquirisse a rede de spas hoteleiros Shishindo, com 14 unidades no território nacional. O novo conselho prepara para 2016 um investimento de R$ 5 milhões em infraestrutura e reposicionamento. A rede aposta num segmento que nadou de braçada na crise, em 2015: o mercado de beleza e bem-estar para o público masculino.
Para se ter uma ideia, a venda de produtos de beleza masculinos em 2015 registrou um aumento de 7,1% ante 2014, segundo pesquisa da Euromonitor International, movimentando US$ 5 bilhões no Brasil. O estudo prevê um ritmo de crescimento para esse mercado de 7,1% ao ano até 2019 – se essa previsão se concretizar, em quatro anos, o Brasil se tornará o maior mercado de cuidados pessoais para homens, movimentando US$ 6,7 bilhões e superando os Estados Unidos, que terão um mercado de US$ 6,4 bilhões, em quatro anos.
Um levantamento da consultoria Nielsen constatou que, em 2015, o público masculino no Brasil já foi responsável por 35% dos gastos com higiene e beleza. Segundo Lima, 80% do publico da rede Shishindo é composto por homens. “A vaidade masculina e a preocupação desse público com o bem-estar está em alta”, afirma o empresário, que lançou, em Curitiba (PR), um pacote de day spa inspirado na cerveja, com sauna aromática, massagem relaxante ou desportiva, banho de imersão em levedo e degustação de três cervejas especiais. “O Beer Day Spa foi um sucesso e deve ser levado para outras unidades ainda neste ano”, conta Lima, que prevê sete novas unidades em 2016 e um crescimento de 20% sobre o faturamento alcançado em 2015.

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