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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Há 100 anos nascia um ilustre paranaense

Manoel de Oliveira Franco Sobrinho era um homem múltiplo, que dedicou sua vida ao aprendizado, a compartilhar seu vasto conhecimento e a inspirar todos à sua volta


Magistrado e cidadão. Jornalista e escritor. Professor e deputado federal. Servidor público, juiz e advogado. Manoel de Oliveira Franco Sobrinho era um homem múltiplo. Ilustre paranaense desempenhou suas atividades com profunda dedicação, honestidade, dignidade, competência, paixão, protagonismo, ardor cívico e incansável defesa das causas paranistas. Em 11 de janeiro de 2016, comemora-se o centenário de seu nascimento. Sua vida durou 86 anos, mas ao longo dela se tornou imortal e se consagrou em face de tudo que pensou e fez em todos os ofícios que escolheu exercer.
Franco Sobrinho foi membro de tradicional família de Curitiba composta por nomes que foram marcantes na história do Paraná como do ex-governador e senador Adolpho de Oliveira Franco, e do tenente-coronel e comendador João de Oliveira Franco e Manoel de Oliveira Franco, o Brigadeiro Franco, que mais tarde emprestaria seu nome a uma das ruas mais conhecidas da capital. 


A trajetória de Franco Sobrinho começou pelos caminhos do jornalismo e se seguiu por toda a sua vida. Aos 17 anos, inicia carreira de escritor colaborando para vários jornais e revistas. Ingressou no curso de Direito da Faculdade de Direito do Paraná e se mostrou polemista e lutador. Foi por duas vezes presidente do Centro Acadêmico de Direito (atualmente Centro Acadêmico Hugo Simas - CAHS), gestões marcadas por engajamento e luta política. E como universitário se firmou como questionador de situações e precursor de mudanças.
Dois meses antes de se formar, aos 20 anos, Franco Sobrinho foi eleito para representar os estudantes no primeiro congresso jurídico estudantil. Na ocasião levou um manifesto a favor do regime democrático. No evento, o futuro advogado apresentou sua tese: "Concessão de Serviços Públicos em Direito Administrativo", aprovada por unanimidade. Foi nesse momento que ele soube: "Começava ali a minha vida jurídica". Anos depois se tornou Doutor em Direito, foi nomeado docente livre de Direito Administrativo na Faculdade de Direito do Paraná e se tornou professor catedrático. Seguiu a carreira do magistério até a aposentadoria.
Os cargos e atividades exercidas por Franco Sobrinho foram inúmeras e diversificadas. Foi o primeiro juiz federal do Paraná, procurador-geral do Estado e da Justiça Eleitoral do Paraná. Também presidiu a Caixa Econômica Federal do Paraná, a Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, o Instituto Nacional do Mate, Instituto Brasileiro de Direito Administrativo. Foi deputado federal por três legislaturas. Representou o Brasil na 4ª Reunião do Conselho Interamericano de Jurisconsultos, em Santiago do Chile e na Assembleia Mundial da Saúde em Genebra, Suíça. Foi eleito para a Academia Paranaense de Letras Jurídicas, da qual também recebeu o título de membro honorário. Na Academia Parnaense de Letras ocupou a cadeira nº13.
A bibliografia de Franco Sobrinho também é vasta. Além de artigos e crônicas publicados nos mais conceituados veículos do Brasil, o jurista possui dezenas livros na área do Direito, Justiça e administração pública. Foi personagem de quatro livros editados pelo Instituto Manoel de Oliveira Franco Sobrinho, criado para perpetuar a sua memória. "O Magistrado", registro da homenagem prestada pela Justiça Federal do Paraná, que batizou o fórum com o nome do jurista; "O Cidadão", coletânea de crônicas de Franco Sobrinho; "O Literato Precoce", que reúne artigos literários; e "Crônicas Literárias", coleção de crônicas. Também foi biografado pelo jornalista Roberto Muggiati, no livro "Uma Razão de Viver - a vida e os tempos de Manoel de Oliveira Franco Sobrinho".
Franco Sobrinho faleceu no dia 17 de julho de 2002 aos 86 anos e deixou um legado de uma inteligência múltipla. Disse certa vez: "A questão não é simplesmente viver. É sentir a vida na plenitude por mais modesta que seja nossa condição humana. O espírito fica, a matéria se vai. As recordações afetivas crescem, e as recordações eletivas se reavivam na eternidade histórica".

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