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quinta-feira, 13 de março de 2014

Um Réquiem para Antonio

Um dos maiores mitos da música clássica, a rivalidade e a inveja entre o compositor italiano Antonio Salieri e o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, sobe ao palco no espetáculo “Um Réquiem para Antonio”, texto inédito de Dib Carneiro Neto com direção de Gabriel Villela. O diretor completa 25 anos de trajetória artística este ano e está em dose dupla no Festival de Curitiba. Além de “Réquiem”, Villela também dirige o Grupo Galpão em “Os Gigantes da Montanha”.



Em “Réquiem para Antonio”, Salieiri - mentor de compositores famosos como Ludwig Van Beethoven, Carl Czerny e Franz Liszt - é vivido por Elias Andreato. Mozart renasce em cena pela interpretação de Claudio Fontana. No texto de Carneiro, Salieri delira em seu leito de morte e faz um acerto de contas com seu rival, já morto.
O suposto antagonismo dos mestres da música clássica, que é contestado pelos historiadores, já foi tratado no teatro, nos anos 80, em espetáculo de Peter Shaffer, que inspirou, no cinema, “Amadeus” de Milos Forman, com quem a história conquistou oito estatuetas do Oscar.
Villela investiu no lado mítico da inveja, mostrando um Salieri sombrio e frágil em contraponto ao Mozart confiante e ágil. Imprime sua marca também nos figurinos que assina junto com José Rosa, ao utilizar narizes de clown em uma caracterização circense, com forte elemento cômico.
“O circo traz a possibilidade de tudo ser possível, e Gabriel alia esta estética circense a uma estética de metáforas. Ele sua poesia em cena ao, por exemplo, transformar bolas do jogo de sinuca, que Mozart tanto gostava, em notas musicais. Essa metáfora poética e circense ajuda muito a contar essa história”, diz Claudio Fontana. “E a forma como Dib colocou o texto, com Salieri moribundo tentando fazer acerto de contas com Mozart que já morreu também possibilita contar esta história forma de fantasia, de brincadeira”, completa.
Elias Andreato, por sua vez, comenta que essa linguagem de picadeiro é nova para ele. “Gabriel foi generoso em seus ensinamentos”, pontua, acrescentando que a equipe recebeu apoio de preparadora vocal também. “É uma linguagem difícil, muito específica. Parece simples, que é só botar um nariz e fazer uma vozinha, mas é uma transição difícil”, comenta. “Circo não é linguagem que estou acostumado, eu não conseguia dormir, foi sofrido”
Ele conta que assistiu Amadeus com Raul Cortez em sua juventude. “Foi uma das primeiras grandes produções do teatro brasileiro. Como iniciante no teatro nunca tinha visto produção tão luxuosa, com atores deslumbrantes. Nunca esqueci e aquele espetáculo sempre ficou em mim”, conta ele, acrescentando que até tentou montá-lo antes, mas não conseguiu.

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