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domingo, 16 de março de 2014

Eriberto Leão celebra Jim Morrison


O legado poético e simbólico do compositor, poeta e vocalista da banda The Doors, Jim Morrison, é o ponto de partida de “JIM”, espetáculo-show idealizado pelo ator Eriberto Leão e Eduardo Barata. Com texto de Walter Daguerre e direção de Paulo de Moraes, a montagem tem como fio condutor a história de um homem que não conheceu Morrison mas que pautou sua vida pelas ideias do músico-poeta.
Em cena, Eriberto Leão e Renata Guida são acompanhados por três músicos que tocam ao vivo as 11 canções que costuram o espetáculo. Clássicos do rock, como “Light my fire”, “The End”, “Rides on the storm” são cantados ao vivo por Eriberto, enquanto se desenrola o conflito interno do personagem. Leão acalenta este projeto desde 1991 quando conheceu a banda e com ela descobriu sua vocação como ator. “Tinha 18 anos e fiquei alucinado! Sempre soube que iria fazer essa peça. Na época, fui trabalhar de contrarregra numa peça produzida pelo meu pai”, conta o ator agora com quase 20 anos de carreira. “Essa é minha homenagem ao artista que abriu as portas da minha inquietação, das artes dramáticas, da literatura e da percepção”, diz ele, que em sua primeira atuação teatral, em 1996, cantava “The End”, um clássico dos Doors.
A montagem chega a Curitiba já com respaldo de público e crítica. Além de temporadas de sucesso, no Prêmio Shell foi indicada nas categorias de “Melhor Música” e “Melhor Iluminação”, e de “Melhor Cenografia”, “Melhor Iluminação”, “Melhor Direção Musical”. E no Prêmio Cesgranrio, Eriberto concorre como “Melhor Ator em Musical”. “As pessoas têm uma ligação com o espetáculo que vai além do entretenimento, é ideológica. Acho que tem a ver com esse momento que o país está vivendo”, pontua o ator.
Tudo se passa em torno de João Mota, homem que durante anos acalentou o sonho de seguir os passos de seu ídolo, mas acabou em uma existência trivial. Aos 40 anos, o sentimento é de que suas idealizações se perderam no tempo. No cemitério Père-Lachaise com um revólver na mão para acertar as contas com Jim Morrison, ele se depara com uma misteriosa mulher com quem trava um decisivo diálogo.
O texto de Walter Daguerre perpassa também conceitos de mitos pagãos e arquétipos no intuito de distanciar-se da trajetória biográfica do músico. “JIM” vai além ao trazer à cena as referências ideológicas de Morrison. Neste contexto, grandes nomes da literatura que o influenciaram como William Blake, Baudellaire, Rimbaud, Nietzsche surgem ao longo do trabalho. “Quando comecei a pesquisar descobri um Jim Morrison que não imaginava e que muita gente não sabe quem é, então vimos que precisávamos trazer uma outra ideia do Jim para o público”, revela Daguerre.
James "Jim" Douglas Morrison nasceu na Flórida, filho de militares da marinha americana. Influenciado por poetas, filósofos e pensadores começou a escrever na adolescência, estudou filosofia, psicologia de multidão, teatro e se formou em cinema pela Universidade da Califórnia. Em 1969 publicou dois volumes de poesia, mas a fama do Doors o envolveu por e nessa caminhada ele se perdeu na dependência de drogas. Morreu em julho de 1971 em Paris, onde estava tentando se recuperar. Conhecido por performances intensas e teatrais, letras recheadas de simbolismo, referências ao xamanismo, ele ficou marcado por sua personalidade selvagem.

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