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terça-feira, 30 de julho de 2013

Dança contemporânea e cultura indígena

O espetáculo de dança Corpo Ancestral estreia nesta quinta-feira (1º) e cumpre uma temporada de 12 apresentações no Teatro Cleon Jacques – Centro de Criatividade de Curitiba. Idealizado pela dançarina e psicóloga Silvia Wy‘a Poty e pelo ator e antropólogo Maikon K, com direção de Cândida Monte, o espetáculo tem como proposta estabelecer o diálogo entre xamanismo, psicologia e dança contemporânea, fazendo com que a dança seja utilizada como forma de integrar mente, corpo e natureza.

O xamanismo é um conjunto de práticas corporais antigas, originárias de tradições indígenas, que visam alinhar o ser humano com a natureza. O espetáculo é estruturado como um “rito de passagem”, uma jornada xamânica, que artistas e público devem atravessar juntos (o público caminha por diferentes ambientes, a encenação acontece ao seu redor, ao seu lado, na disposição de um círculo e até partindo do espectador).

O diálogo com a tradição guarani busca revelar como essa cultura ancestral já detinha conhecimentos sobre o corpo que convergem com os resultados de pesquisas científicas modernas, como a física quântica. O espetáculo propõe uma experiência de integração. O público transita por um cenário-instalação, sendo envolvido por estímulos sensoriais referentes à visão de mundo guarani. Os artistas se revezam nas funções de atuadores e orientadores, ora encenando ora guiando o público através de movimento, respiração e música, dentro de uma estrutura cênica que contrapõe ancestralidade/contemporaneidade, primitivo/tecnológico, performance/ritual.

“Com essa pesquisa buscamos as origens do movimento autêntico. O corpo ancestral que pesquisamos é um corpo que busca se conhecer pelo movimento e em conexão com a natureza, expressando suas potencialidades por meio da arte e na vida diária, resgatando em conhecimentos antigos as chaves para seu equilíbrio no presente. Acreditamos que, quanto mais conscientes de nossas origens e de nossas capacidades como seres humanos, mais podemos desenvolver potenciais latentes em nós e atuar com relevância em sociedade”, explicam os idealizadores do projeto.

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