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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Cistite: diga não neste verão

Casos de infecção na bexiga aumentam nesta época do ano especialmente entre o público feminino. Calor e umidade favorecem o quadro infeccioso

Sensação de bexiga cheia, urgência para urinar e ardência no canal uretral. A cistite, infecção na bexiga causada por bactérias, costuma perseguir o público feminino e se manifestar durante o ano todo, mas é no verão que se torna mais freqüente. O calor e a umidade típicos da estação favorecem o quadro infeccioso. Os especialistas alertam: uma em cada quatro mulheres terá o problema no decorrer da vida.
Os homens não estão totalmente livres, mas é raro a doença acometer a ala masculina. Segundo Rogério de Fraga, urologista do Hospital VITA Batel, a explicação é a anatomia: "a uretra na mulher é muito mais curta que no homem e bastante próxima do canal vaginal e do ânus, o que favorece a infecção por bactérias". Aliás, mais de 70% dos quadros infecciosos são causadas pela Escherichia coli, bactéria que integra a flora intestinal.
Segundo Fraga, mau cheiro e sangue na urina também podem fazer parte dos sintomas da cistite, que atinge com maior freqüência mulheres adultas jovens, embora também seja incidente na terceira idade, devido às alterações hormonais provocadas pela menopausa. Hábitos higiênicos inadequados, segurar demais a urina, imunidade baixa e prática sexual freqüente são fatores que podem favorecer o aparecimento da doença.
Mulheres grávidas também apresentam maior predisposição às infecções urinárias. De acordo com Fernando Koleski, urologista do Hospital VITA Curitiba, quando não tratada adequadamente, a doença pode evoluir e até causar parto prematuro e aborto no primeiro trimestre de gestação. "Por isso, a mulher deve ficar atenta a qualquer sinal de infecção e procurar o médico assim que detectar algo errado", ressalta.
Tratamento - Ao sentir algum dos incômodos da cistite dando as caras, o primeiro passo é fazer um exame de urina para detectar o tipo de bactéria causadora do problema. "Somente depois será prescrito o antibiótico para o tratamento, que pode durar entre três e sete dias. Analgésicos também podem ser indicados para atenuar a dor", explica Fraga.
Automedicação está fora de questão. "Isso só atrapalha. O erro está em fazer uso de antibióticos que são ineficazes contra a bactéria em questão, o que a torna resistente, ou tomar analgésicos que mascaram os sintomas, mas não eliminam a infecção", diz o urologista. Segundo ele, a doença pode evoluir e atingir o rim, causando pielonefrite, cujos sintomas são dor nas costas na altura dos rins, febre alta, calafrios e toxemia (presença de toxinas no sangue).
Os especialistas ressaltam o perigo de parar de tomar o medicamento quando os sintomas desaparecem. "Isso torna as bactérias resistentes e as infecções, recorrentes", contam. Isso só agrava a situação - cerca de metade das mulheres que procuram o médico por conta da cistite apresenta de duas ou mais infecções urinárias ao ano.
Fraga lembra que vale chamar a atenção para a ocorrência de mais de dois episódios ao ano, pois pode caracterizar a cistite recorrente, quadro que deve ser avaliado pelo urologista para identificar e tratar os fatores que geram a predisposição.
Prevenção natural - A mais nova aliada na prevenção de infecções urinárias é uma frutinha vermelha muito parecida com a cereja e pouco comum no Brasil: o Cranberry.
Estudo realizado pela Universidade de Harvard, feito com 1.049 participantes, mostrou que o consumo diário de produtos à base da fruta, ao longo de um ano, reduzia a incidência de infecções urinárias em 35%. O efeito foi ainda maior em mulheres. Nelas, a redução foi de 39%.
Segundo os urologistas, a exótica fruta americana possui substâncias que regulam o pH da vagina e protegem o tecido da bexiga da aderência bacteriana. "O suco funciona mesmo na prática. Ele não trata o problema, mas ajuda na prevenção das infecções, principalmente as recorrentes", avalia Koleski.
Fraga revela ainda que parente brasileiro dessa fruta é o Mirtilo, encontrado principalmente na serra gaúcha. "Não há consenso quanto a quantidade terapêutica do suco ou das cápsulas. Mas o orientação tem sido de 400 miligramas ao dia", revela. O produto pode ser adquirido sem dificuldade, pois é classificado como suplemento alimentar e não medicamento.
Dicas para fugir da cistite:
• Beba muito líquido, ele ajuda a limpar a bexiga e lavar o canal da uretra;
• Vá ao banheiro sempre que tiver vontade. Segurar a urina por muito tempo é uma contraindicação importante, pois oferece oportunidade para alguma bactéria parada na bexiga se reproduzir. Se a cistite já está instalada é pior ainda, já que o líquido contaminado pode chegar aos rins;
• Cuide da higiene. Depois de ir ao banheiro, limpe-se sempre em um único sentido - de frente para trás e, sempre que possível, lave-se com água e sabão;
• Olho nas roupas. Evite calças apertadas e roupas íntimas de tecidos que retenham calor e umidade, porque facilitam a proliferação das bactérias;
• Urine sempre após a relação sexual. Isso favorece a eliminação das bactérias que se encontram no trato urinário;
• Atenção à alimentação. Frutas ácidas, como o abacaxi, e alimentos ricos em cafeína tendem a piorar a irritação na bexiga, se ela já está inflamada.

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