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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Clube Curitibano – Eleições 2010

Capítulo I Do tempo em que me recordo, Dna. Antônia Baggio Pereira, já estava viúva, e morava na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao Clube, com seus seis filhos homens, na casa hoje ocupada pela Cultura Inglesa. Ao lado, morava a prima dos rapazes, Luciane Baggio e à frente, o Munir Curi, hoje diretor de tennis, e proprietário, na época, da maior loja de roupas infantis da cidade, a Maison Blanche.
Os filhos da Dna. Antônia estudavam no Colégio Medianeira e passavam as tardes no Curitibano praticando esportes, cada um, a seu gosto, a seu tempo, em uma modalidade. Não é precipitado dizer que havia muitas garotas apaixonadas pelos atletas bonitões. Aliás, eles todos ainda levavam uma carteira secreta, um certo salvo-conduto, por terem forte formação católica, influenciados pelo tio, o Padre Baggio. Dona Antônia nunca foi vaidosa a ponto de vangloriar-se de já ser, naquele tempo, mãe empresária, à frente das lojas de material de construção. Aconteceu que, uma vez, uma moça apaixonada, foi jantar com a família. Ao chegar na sala de jantar, com o coração aos pulos, vislumbrou a imagem mais perfeita da Santa Ceia, retratada em pintura: uma mesa ampla, farta, alegre, e dirigida com certa liturgia. Acolhida pela Dna Antônia, sentou-se ao seu lado. Pensando se defrontar com a madre superiora do seu colégio, encontrou, em verdade, uma amiga, carinhosa e compreensiva, protetora da situação inusitada. Durante a refeição, ela foi agraciada pela anfitriã, com o mais belo presente que recebera. Dna Antônia lhe deu uma balança imaginária, onde ensinava a controlar seu fiel. “Aqui, minha filha, você vai so pesando, sua liberdade com a responsabilidade, de maneira que a agulha aponte sempre para o céu, mas lembre-se, é você quem vai operá-la”. A menina encantou-se pela senhora; nunca alguém chegou tão rápido, tão perto, daquela alma adolescente. Naquele dia, aprendeu, também, as receitas de Dna Antônia: muito rigor na educação, muita fé, amor, respeito, uma ou duas pitadas de sofrimento, solidariedade, para assim formar, tão só, a melhor focaccia da cidade.

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