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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Jane Sprenger lembra de tempos atrás

Da poeta Jane Sprenger:

*Mandei, anos atrás, esta foto para a minha amiga Marília Kubota, e ela postou este nostálgico texto, "O Flip das Cavernas", em seu blog Micropolis. Sexta-feira, Maio 26, 2006.
O Flip das cavernas Estes somos nós, olhando o abismo de nossa inocência - eu, Stella de Resende e Jane Sprenger e 'a minha frente, Rollo de Resende - na serra de Nova Prata. Em viagem para um congresso de poesia - lá pelo fim dos 80 se dizia congresso de poesia, o precursor dos festivais e feiras literários atuais. Era o segundo ou terceiro ano deste evento numa cidade minúscula do Rio Grande do Sul. No ano anterior Hélio Leite e Rollo haviam ido e aplaudido, na mesa de debates, Alice Ruiz, Caio Fernando Abreu e Carlos Nejar. Na ida paramos num posto de gasolina de um alemão. Rollo, sempre solícito, conquistou a simpatia da mulher dele e sua família. Disse, encantado, que era poeta, artista, etcetera. O alemão nos olhou desconfiado. Perguntou se eu também escrevia, achando que escrever era uma atividade promíscua ou ilegal. Em Nova Prata a cidade inteira se mobilizava pro evento, num clima provinciano. Como eram muitos visitantes, faltavam hotéis. As famílias locais abriam as casas para nos hospedar. Éramos tratados como celebridades, especialmente pelas crianças, que corriam atrás de nós pedindo autógrafos quando nos descobriam poetas. É bacana relembrar estes tempos romãnticos. Não havia badalação nem a selvageria midíatica dos eventos atuais. Havia mais enfase nas oficinas do que nos debates dos grandes escritores. Era quase um congresso de estudantes, tão bonito e anti-profissional. Assim vivíamos perigosamente nos anos 80, viajantes embebidos de música e poesia.

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